Texto referencial:
“Perguntou Jesus: ‘Ninguém te condenou?’
‘Ninguém, Senhor’ — respondeu a mulher.
Respondeu-lhe Jesus: ‘Eu também não te condeno. Vai e não peques mais’.” (Jo 8,9-11)
1. O Monte das Oliveiras e o Templo
São João apresenta Jesus como alguém que sobe ao Monte das Oliveiras para orar, ou seja, falar com o Pai, e desce para evangelizar no templo (Jo 8,1-3). Jesus é zeloso no cumprimento de sua missão. O povo era sensível às suas palavras, ao contrário dos escribas e fariseus, que vinham para tentá-lo. Não mudou muito de lá para cá… Os mais simples ainda apreciam as palavras de Jesus. Os doutos e os grandes, nem tanto, certamente têm suas razões.
2. A mulher apanhada em adultério
Apresentam então uma mulher, apanhada em adultério. Os puritanos a veem logo como pecadora. Acusam-na e recordam a Jesus o que a lei de Moisés determinava nesses casos: apedrejamento. Viam os delitos, mas não as circunstâncias. Conheciam a lei, mas não o perdão e a misericórdia. Jesus, que conhece bem os corações e veio para salvar, era diferente. Ele, sem pecado, perdoou a pecadora, recuperando-a para a vida.
3. Palavras de misericórdia e orientação
Jesus lhe diz: “Vá em paz e não tornes a pecar.” Perdoou, mas sem deixar de recordar que o pecado deve ser evitado, a verdade buscada, e a virtude procurada e cultivada. Hoje, há muitos tribunais, mas faltam confessionários ou, ao menos, intérpretes da lei como Jesus. Por isso, ainda há quem se retire, sentindo a consciência acusá-los; já vão tarde.
+Dom Carmo João Rhoden, SCJ
Bispo Emérito de Taubaté-SP