A caminhada quaresmal nos conduz, semana após semana, a um profundo itinerário de conversão e preparação para a Páscoa. No 4º Domingo da Quaresma, celebramos o Domingo Laetare, ou Domingo da Alegria, um momento especial em meio ao recolhimento e penitência da Quaresma.
A palavra “Laetare” vem do latim e significa “Alegra-te”, inspirada na antífona de entrada da Missa:
“Alegra-te, Jerusalém! Reuni-vos, todos vós que a amais; exultai de alegria, vós que estais tristes, para que sejais saciados com a abundância de suas consolações” (cf. Is 66,10-11).
Esse domingo representa um respiro em meio ao tempo penitencial, um convite à esperança, pois já vislumbramos a proximidade da Páscoa. O tom litúrgico se suaviza, permitindo até o uso da cor rosa nas vestes sacerdotais, sinalizando a alegria que brota da certeza da redenção.
O Evangelho proclamado neste domingo é uma das mais belas passagens das Escrituras: a parábola do filho pródigo (Lc 15,11-32), ou como o Papa Francisco gosta de chamar, “Pai misericordioso”. Nela, Jesus revela a infinita misericórdia de Deus, que sempre espera o retorno de Seus filhos.
A parábola nos apresenta três personagens centrais:
Este relato nos ensina que Deus é um Pai misericordioso, que não rejeita ninguém e que nos chama sempre para o Seu abraço de amor.
Reflexões do 4º Domingo da Quaresma:
Assim como o pai da parábola, Deus nos espera de braços abertos. O Sacramento da Confissão, ou da Penitência, ou da Reconciliação, torna-se um caminho privilegiado para experimentarmos essa graça restauradora, especialmente neste tempo quaresmal.
O Domingo da Alegria nos recorda que a Quaresma não é apenas um tempo de penitência, mas também de esperança. Caminhamos rumo à Páscoa certos de que Cristo venceu o pecado e a morte, e que a misericórdia de Deus nos restaura e renova.
Que possamos, neste domingo, abrir o coração ao Senhor, redescobrindo a alegria do Seu amor e nos preparando com fervor para celebrar a Ressurreição de Cristo.
+Anuar Battisti
Arcebispo Emérito de Maringá, PR