O Óbolo de São Pedro: expressão de comunhão e solidariedade com a missão da Igreja

Todos os anos, a Igreja Católica propõe aos fiéis uma coleta especial chamada Óbolo de São Pedro. Essa coleta acontece tradicionalmente no domingo mais próximo ao dia 29 de junho, solenidade de São Pedro e São Paulo — colunas da fé cristã e patronos da unidade da Igreja. Sua finalidade é dupla: expressar a comunhão dos fiéis com o Papa e sustentar suas obras de caridade e missão ao redor do mundo. Neste ano, o dia 29 de junho, será no domingo. Portanto, a Coleta do Óbolo de São Pedro é obrigatória nas missas da Vigília da Solenidade de São Pedro e São Paulo, na tarde e noite do dia 28 de junho e na Solenidade de São Pedro e São Paulo, no dia 29 de junho de 2025.

Desde os primeiros séculos do cristianismo, as comunidades cristãs cultivaram o hábito de ajudar o bispo de Roma nas necessidades da Igreja universal. Com o tempo, esse gesto tornou-se uma prática institucionalizada e, a partir do século XIX, com o Papa Pio IX, passou a ser promovido anualmente em todas as dioceses do mundo. O nome “óbolo” vem do grego óbolos, uma pequena moeda, remetendo ao gesto da viúva do Evangelho que, mesmo com pouco, deu tudo o que tinha com amor e fé (cf. Mc 12,41-44).

O Papa, como sucessor de Pedro, tem a missão de confirmar os irmãos na fé, promover a unidade da Igreja e dar voz aos que não têm voz. Para isso, ele precisa do apoio concreto dos fiéis. O Óbolo de São Pedro é, portanto, um gesto que vai além da ajuda financeira: é sinal de pertença e corresponsabilidade. Ao contribuirmos com essa coleta, ajudamos a manter a presença da Igreja em locais de sofrimento, guerra, desastre natural ou pobreza extrema, mediante iniciativas concretas como escolas, hospitais, centros de acolhida e ajuda humanitária.

Mas o Óbolo de São Pedro também expressa algo profundo e espiritual: é um sinal de amor ao Papa e de unidade com ele. Participar dessa coleta é afirmar nossa adesão ao magistério da Igreja e ao serviço da caridade, que é marca do pontificado. Ao doar, dizemos com nosso gesto: “Estamos com o Papa, queremos estar com ele na missão de cuidar dos pobres e anunciar o Evangelho até os confins da terra.”

Contribuir com o Óbolo de São Pedro é mais do que um gesto de generosidade — é um compromisso com a comunhão eclesial e com a solidariedade universal. Ao oferecer nossa partilha, ajudamos o Papa a estender as mãos da Igreja a comunidades em emergência, a populações afetadas por catástrofes, guerras, fome, deslocamentos forçados e pobreza extrema. É uma forma concreta de responder ao apelo de Cristo: “Tudo o que fizerdes ao menor dos meus irmãos, é a mim que o fazeis” (Mt 25,40).

No entanto, essa coleta também tem um valor simbólico profundo: une os fiéis do mundo inteiro em torno do Sucessor de Pedro, sinal visível da unidade da Igreja. Quando doamos, estamos dizendo que reconhecemos o ministério petrino como serviço à fé e à caridade, e que desejamos fazer parte desse esforço de tornar o Evangelho presente nos gestos concretos de ajuda.

Por isso, convidamos todos os fiéis, paróquias, comunidades e movimentos a participarem, com espírito de oração, da coleta do Óbolo de São Pedro. Mesmo aquele que tem pouco a oferecer pode fazê-lo com generosidade e fé, pois Deus vê o coração com que se dá.

Neste tempo em que tantos sofrem e em que a Igreja é chamada a ser luz nas trevas, que o nosso apoio ao Óbolo de São Pedro seja expressão viva de nossa pertença à Igreja e de nosso desejo de colaborar com o bem do mundo. Ajudemos o Papa Leão XIV a fazer chegar a solicitude caritativa da Igreja em todos os cantos e recantos sofridos do mundo! Sejamos gernerosos!

Como dizia São João Paulo II, “ninguém é tão pobre que não tenha algo a partilhar, e ninguém é tão rico que não precise do amor e da partilha dos outros”. Que possamos, com alegria, unir nossas pequenas ofertas ao grande gesto de comunhão e caridade da Igreja universal.

 +Anuar Battisti
Arcebispo Emérito de Maringá (PR)

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